Teste do Calendário Biodinâmico

As influências do ritmo sideral da lua no desenvolvimento de feijão (Phaseolus vulgaris L., 1982)
Rathunde Atelier Permacultura Feijão

Trabalho de Conclusão de Curso da Graduação de Bacharel em Biologia pela Puc-Pr

Escrito por G.Rathunde

25 de maio de 2020

Resumo

Tendo em vista a difusão do Calendário Astronômico Agrícola elaborado pela Associação Brasileira de Biodinâmica, e que há poucos trabalhos científicos comprovando sua eficiência, este trabalho teve como objetivo verificar as influências das diferentes constelações pelas quais a lua passa em seu ciclo, sobre o desenvolvimento de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.). Foram cultivados duas sementes de feijão em vasos plásticos mantidos em ambiente aberto. Foi desenvolvido um delineamento de blocos de maneira circular para a disposição dos vasos, com a intenção de minimizar os efeitos de borda e, consequentemente, o microclima local. Observou-se que há diferenças significativas entre a dia/hora de plantio, sobre os órgãos do feijoeiro.

Resumo

Agricultores que estão há gerações na terra possuem certas crenças quanto as relações da lua com época de plantio, poda, corte de bambu e de madeira, etc.
Com problemas relativos à agricultura científica voltada somente à produção após a primeira Guerra Mundial, agricultores da Europa Central consultaram Dr. Rudolf Steiner (1861 – 1925) com relação ao futuro da agricultura. Com base em perguntas relativas à redução de espécies cultivadas, manutenção de sementes, aumento de doenças animais e as consequências da adubação mineral (especialmente o nitrogênio sintético) sobre a vida do solo. assim como comprovação dos processos e ritmos de vida e ao futuro do produtor, considerando aspectos sociais e tradicionais, Steiner deu origem a uma série de oito conferências proferidas em Breslau, na Polônia, em junho de 1924. Essas conferências deram origem à Agricultura Biodinâmica, a qual possui práticas semelhantes à agricultura orgânica, diferenciando desta por admitir que a produtividade e a qualidade dos vegetais resultam de influências cósmicas (como a luz, o calor e o fenômeno “Lua”) sobre o microclima local, e também das influências terrestres como biologia do solo, adubação, compostagem e o papel dos animais nas atividades agrícolas. (JOVCHELEVICH, 2010; KRÜGER, 2008; AMBROSANO, 1999).
Thun, agricultora alemã, que pesquisou as influências dos astros na agricultura, criação de abelhas, panificação e até previsão do tempo. Thum elabora um calendário astronômico agrícola fundamentado na astronomia, não tendo relação alguma com indicações astrológicas. (JOVCHELEVICH, 2010)
Segundo Thun, a Lua, em seu ciclo de aproximadamente 28 dias, se desloca no plano sideral, através das doze regiões do zodíaco, isto é, o cinturão de constelações que formam o pano de fundo da eclíptica, e transmite diferentes forças cósmicas à Terra e à Natureza, e consequentemente às plantas, conforme a constelação na qual se encontra a cada dia ou período. As constelações do zodíaco são divididas em quatro grupos, conforme as forças de seu elemento característico, ou seja: terra (lua em Touro, Virgem e Capricórnio), água (lua em Câncer, Escorpião e Peixes), fogo (lua em Sagitário, Leão e Áries) e ar (lua em Gêmeos, Libra e Aquário). Estes elementos apresentam relação direta com diferentes órgãos das plantas, ou seja, raízes, folhas/caules, frutos/sementes e flores, respectivamente. As plantas, assim, recebem estímulos cósmicos que atuam sobre o desenvolvimento de seus diferentes órgãos e que são provenientes do efeito de transmissão lunar das forças emanadas pelas constelações específicas, podendo manifestar efeitos benéficos sobre eles. Além disso, esses ritmos exercem influência sobre o microclima local. (JOVCHELEVICH, 2010)
O presente trabalho tem por objetivo esclarecer se há influencia das constelações em que a lua se encontra no momento da germinação, sobre o desenvolvimentos de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L. ), seguindo as informações contidas no Calendário Astronômico Agrícola.

Materiais e Métodos

O feijoeiro é uma Leguminosa originaria da América do Sul e central. Planta anual de caules finos que pode atingir até 60 cm de altura, ou possuir hábito de trepadeira, atingindo 3m de expansão. As folhas são compostas por três folíolos, sendo um terminal e os dois restantes laterais e opostos. O fruto é uma vagem de comprimento variável, de 10 a 20 cm, reta ou curvada, contendo numerosas sementes de cor e formato de acordo com a variedade; há assim feijões brancos, amarelos, vermelhos, pardos, róseos, pretos. Flores bissexuados e dispostas em racimos axilares muito mais curtos que as folhas. Apresentam cálice verde e a corola é composta por cinco pétalas de coloração branca, amarelada, rosada ou violácea. Deve ser cultivado com temperaturas ao redor de 21°C. Assim como não deve haver excesso ou deficiência de água, sendo ideal 100 ml/mês de precipitação. Há três épocas para o plantio de feijão: cultivo das águas, de agosto e setembro; cultivo da seca, de janeiro e fevereiro; e cultivo de inverno, de maio e junho. (AGROV, 2012)

A variedade de feijão utilizada no plantio do experimento foi a IPR Uirapuru, Sementes Aliança, com taxa de 80% de germinação, sendo uma variedade que pode ser cultivada na época escolhida, a chamada época das águas (agosto e setembro). Possui hábito herbáceo sendo adequada para a metodologia escolhida a a qual foi plantada em vasos.

Foi realizada análise química de rotina do solo usado como substrato, no Laboratório de Análise de Solos da PUCPR, no câmpus São José dos Pinhais. A análise mostrou que o pH do solo foi 5,09, considerada acidez baixa. Embora houvesse um valor elevado de matéria orgânica, manteve-se dentro do normal, 41,79g dm¯³. O teor de fósforo mostrou-se muito alto 44,81 mg dm¯³, assim como o potássio trocável foi alto, 0,53 cmolc/ dm³ (centimol de cargas por decímetro cúbico de solo), o que é considerado alto. Sódio trocável e Magnésio trocável também apresentam valores altos, 12,05 (>4,0) e 5,79 (>0,8) respectivamente. O teor de Alumínio trocável mostrou-se baixo, 0,05 (<0,5), sendo que quanto mais baixo melhor. O índice de Saturação das bases (ou V%) teve um valor elevado, 76,1%, para o qual Tomé indica um valor mínimo de 70% para a cultura do feijão. A saturação de alumínio (%Al), de 0,3%, é considerada baixa, o que representa um indicador positivo de fertilidade, segundo o autor. (TOMÉ, 1997)

A temperatura ambiente (máxima e minima) e pluviosidade foram monitoradas todos os dias durante o plantio e semanalmente durante o resto do desenvolvimento. Um termômetro de máximas e mínimas e um pluviômetro Incoterm foram utilizados para tal fim. A precipitação mensal durante o período experimental foi de 131,75 mm em média, e as temperaturas permaneceram entre 12° e 33°C.

Para o experimento, foi adotado um método denominado circular para a disposição dos vasos. Segundo Bill Mollison, biólogo e criador da Permacultura, desenhos circulares dinamizam e padronizam o efeito de borda. Como os efeitos de microclima deveriam ser minimizados tendo em vista que a diferença entre os tratamentos era apenas a hora de plantio, os vasos foram dispostos em anéis para que houvesse uniformidade entre as bordas. (MOLLISON, 1991)

Assim sendo, há 4 períodos ou dias/horas diferentes para atividades de semeadura, transplante e cultivo de vegetais que influenciam: raiz; folhas e caules; flores; sementes e frutos. Além disto, há períodos ou dias/horas inadequadas para atividades agrícolas por posições desfavoráveis da Lua, sobre os quais não há possibilidade de controle.

O calendário Astronômico Agrícola de Maria Thun, adaptado para o hemisfério sul pela Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica (ABD), indica os dias e horas com efeito sobre: a raiz (dependente das constelações de Touro, Virgem e Capricórnio); as folhas e caules (relacionam com as constelações de Peixes, Câncer e Escorpião); as flores (Gêmeos, Libra e Aquário); e os frutos (Áries, Leão e Sagitário). Além de indicar dias e horas impróprias para atividades agrícolas, as quais estão ligadas à ocorrência de eclipses, posições de “Nós” da Lua, planetas ou outras constelações, que atuam negativamente sobre o desenvolvimento vegetal. (JOVCHELEVICH, 2010)

O calendário Astronômico Agrícola de Maria Thun, adaptado para o hemisfério sul pela Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica (ABD), indica os dias e horas com efeito sobre: a raiz (dependente das constelações de Touro, Virgem e Capricórnio); as folhas e caules (relacionam com as constelações de Peixes, Câncer e Escorpião); as flores (Gêmeos, Libra e Aquário); e os frutos (Áries, Leão e Sagitário). Além de indicar dias e horas impróprias para atividades agrícolas, as quais estão ligadas à ocorrência de eclipses, posições de “Nós” da Lua, planetas ou outras constelações, que atuam negativamente sobre o desenvolvimento vegetal. (JOVCHELEVICH, 2010)

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Assim sendo, há 4 períodos ou dias/horas diferentes para atividades de semeadura, transplante e cultivo de vegetais que influenciam: raiz; folhas e caules; flores; sementes e frutos. Além disto, há períodos ou dias/horas inadequadas para atividades agrícolas por posições desfavoráveis da Lua, sobre os quais não há possibilidade de controle.

A Tabela 1 a seguir, apresenta os 5 tratamentos testados no experimento, com os dias e horários escolhidos para a semeadura do feijão, conforme as partes influenciadas pela posição da lua no zodíaco, seguindo a recomendação do Calendário Astronômico Agrícola para o Ano de 2011.

Tabela 1. Dias/horas da posição da lua no zodíaco e partes das plantas influenciadas e datas escolhidas para o plantio de feijão em cada tratamento.

Tratamentos

Período

T1

Dia/Hora de influência no desenvolvimento de sementes e frutos fruto – Lua em Áries

16/09

19 horas

T2

Dia/Hora de influência no desenvolvimento da raiz – Lua em Touro

18/09

19 horas

T3

Dia/Hora imprópria – nó descendente da Lua

19/09

19 horas

T4

Dia/Hora de influência no desenvolvimento da flor – Lua em Gêmeos

21/09

19 horas

T5

Dia/Hora de influência no desenvolvimento de folha e caule – Lua em Câncer

23/09

19 horas

O Sol entrou em Virgem às 3 horas do dia 16/09 até às 17 horas do 01/11/2012.

Todos os tratamentos foram plantados no mesmo horário, às 19 horas.

Foi desenvolvida uma metodologia onde a disposição dos vasos foi circular, em anéis concêntricos, buscando com isto minimizar os efeitos do clima sobre os tratamentos. No anel central, foram colocados 5 vasos, sendo 1 para cada tratamento (raiz, folha, flor, fruto e dia/hora impróprios); depois 10 vasos no segundo anel, sendo 2 para cada tratamento; 15 vasos no terceiro anel, contendo 3 vasos de cada tratamento, e por final, 4 vasos de cada tratamento no último anel, com 20 vasos; totalizando 50 vasos, 10 para cada tratamento.

Foram plantadas 10 sementes para cada vaso e mantidas 2 plantas após a germinação.

Após a colheita, as plantas foram secadas em estufa de secagem com ventilação forçada, da marca Fanem modelo 320-S e pesadas em balança de precisão marca Shimadzu modelo AY220.

Durante o desenvolvimento das plantas, foram observados o número de dias para a germinação das sementes e o número de dias para atingir a floração, em cada tratamento.

Aos 70 dias após o plantio, foi feita a contagem do número de flores e do número de folhas.

Os parâmetros avaliados nas 20 plantas de cada tratamento após a secagem foram: número de flores e número de folhas aos 70 dias; número de vagens, número de sementes e número de sementes por vagem aos 131 dias; e após a colheita e secagem: Massa da Matéria Fresca das sementes, Massa de Matéria Seca da parte aérea e Massa da Matéria Seca das sementes.

Para a análise estatística foi feita uma análise detalhada caso a caso pois trata-se de amostras com vários parâmetros a serem comparados entre 5 tratamentos. O anexo A apresenta as comprovações analíticas.

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Resultados e Discussão

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O tratamento 1, com dia/hora de influência sobre sementes/frutos, teve a germinação e floração mais rápida dentre os tratamentos, 5 e 55 dias respectivamente. Os demais tratamentos obtiveram o mesmo tempo para floração, 56 dias, porém os tratamentos em hora de influência sobre raízes, sobre flores e sobre folhas tiveram a germinação em 6 dias. O tratamento em horas impróprias para atividades agrícolas foi o que mais demorou a germinar, 7 dias.

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O número de flores produzidas no Tratamento 4 (flor) foi superior ao dos demais tratamentos, apresentando a menor variância da amostra.
Pode-se concluir que o tratamento 4 foi o mais produtivo em relação ao parâmetro número de flores.
Considera-se também adequado por tratar-se de uma análise que não possui um número referencial para resultados apurados.

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O número de folhas produzidas no Tratamento 3 (impróprio), foi superior ao dos demais tratamentos, porém apresenta maior variância da amostra (25%). O resultado estatístico indica que a amostra não é homogênea, havendo variações entre a quantidade de folhas produzidas entre os vasos testados (aprox. de 22 a 37 folhas).
O Tratamento 4 (flor) apresentou o maior valor em relação ao parâmetro número de folhas, com uma variância de 9%, sendo esta a menor de todos os tratamentos.
Considera-se também adequado por tratar-se de uma análise que não possui um número referencial para resultados apurados.

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A amostra é extremamente homogênea, apresentando pequena variação entre os tratamentos, exceto com relação ao Tratamento 5 (folha), que apresentou dados significativamente menores aos demais.
O número de vagens produzidas no Tratamento 1 (fruto) é superior aos dos demais tratamentos, porém apresenta uma variância elevada da amostra (5%) quando comparada ao Tratamento 3 (impróprio), que apresentou variância de apenas 0,5%, o que torna o tratamento homogêneo, com desvio padrão muito baixo (0,7%), embora com número de vagens inferior ao primeiro.
Considera-se também adequado por tratar-se de uma análise que não possui um número referencial para resultados apurados.

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A amostra é extremamente homogênea, apresentando pequena variação entre os tratamentos, exceto com relação ao Tratamento 5 (folha), que apresentou dados significativamente menores aos demais.
O número de vagens produzidas no Tratamento 1 (fruto) é superior aos dos demais tratamentos, porém apresenta uma variância elevada da amostra (5%) quando comparada ao Tratamento 3 (impróprio), que apresentou variância de apenas 0,5%, o que torna o tratamento homogêneo, com desvio padrão muito baixo (0,7%), embora com número de vagens inferior ao primeiro.
Considera-se também adequado por tratar-se de uma análise que não possui um número referencial para resultados apurados.

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A amostra é heterogênea, apresentando grande variação entre os tratamentos. O número de sementes do Tratamento 1 (fruto) foi superior aos dos demais tratamentos, porém os dados apresentam uma variância de 2%.
O Tratamento 3 (impróprio) foi o que apresentou valor igual do número de sementes ao Tratamento 1, e a menor variância quando comparado aos demais.
O número de sementes no Tratamento 5 (folha) foi o menor de todos os tratamentos.
Considera-se também adequado por tratar-se de uma análise que não possui um número referencial para resultados apurados.

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A amostra é heterogênea, apresentando pequena variação entre os tratamentos. O número de sementes por vagem aos 131 dias do Tratamento 2 (raiz) foi semelhante ao do Tratamento 1 (fruto) e Tratamento 4 (flor), porém, apresenta menor variância nos plantas dentro da amostra (6%).
Para o parâmetro número de sementes por vagem aos 131 dias, os Tratamentos 1 (fruto) e Tratamento 2 (raiz) apresentaram valores elevados e semelhantes, com baixa variância.
O número de sementes do Tratamento 5 (folha) foi inferior ao dos demais tratamentos, além de apresentar a maior variância.
A análise que não possui um número referencial para resultados apurados.

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A amostra não é homogênea, apresentando considerável variação entre os tratamentos. A média das alturas dos feijoeiros analisados apresentou resultados positivos para o Tratamento 4 (flor), seguido do Tratamento 1 (fruto) e Tratamento 3 (impróprio). No entanto, os dois primeiros apresentaram elevada variância (em torno de 65%), quando comparados ao terceiro.
Para o parâmetro de altura dos feijoeiros, o Tratamento 4 (flor) foi o mais adequado devido a tratar-se de uma análise que não possui um número referencial para resultados apurados.. Por outro lado, o tratamento que apresentou pior desempenho com relação ao parâmetro avaliado foi o Tratamento 2 (raiz).,, o que pode levar a crer que dia de raiz interfere muito pouco na altura das plantas de feijão.

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A amostra não é homogênea, apresentando considerável variação entre os diferentes tratamentos.
Baseado nos dados apresentados na Tabela 8, o Tratamento 1 (fruto) apresentou o máximo valor de Massa de Matéria Seca de sementes, seguido do Tratamento 2 (raiz), mas com menor variância do que o segundo. O Tratamento 3 (impróprio), apesar de apresentar menor variância, apresentou o terceiro resultado em termos de Massa de Matéria Seca de sementes.
O tratamento que apresentou menor variância entre as plantas foi o Tratamento 5 (folha), com um valor de 7%. Porém a produção de Massa de Matéria Seca de semente foi a mais baixa de todos os tratamentos (aproximadamente 50% dos demais).
Análise não possui um número referencial para resultados apurados.

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A amostra não é homogênea, apresentando considerável variação entre os diferentes tratamentos.
Os Tratamentos 1 (fruto), 2 (raiz) e 3 (impróprio) apresentaram os maiores valores com relação ao parâmetro Massa de Matéria Fresca de sementes. No entanto, o Tratamento 1, apesar de apresentar o melhor desempenho, apresenta também a maior variância, enquanto que o Tratamento 3 (impróprio), apesar de estar com o terceiro resultado, apresenta menor variância dos três.
O tratamento que apresentou a menor variância foi o Tratamento 3 (impróprio), com 3%. Porém, a produção de massa de matéria fresca de semente foi a mais baixa de todos, sendo que a diferença entre as amostras 1 e 3 é de 12% de superioridade de índice de MF, porém o tratamento 1 apresenta uma variância de 21% a mais do que a amostra que recebeu tratamento 3.
Análise não possui um número referencial para resultados apurados.

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A amostra não é homogênea, apresentando considerável variação entre os diferentes tratamentos (próximo 50% de variação entre valores no tratamento 1 e tratamento 5).
Os tratamentos que apresentaram maiores valores para o parâmetro Teor de umidade de sementes, foram o Tratamento 1 (fruto), 2 (raiz) e 3 (impróprio). No entanto, apesar dos dois primeiros apresentarem melhor desempenho que o terceiro, este apresentou a menor variância dos três. O tratamento 1 (fruto) é 14% superior no teor de umidade quando comparado ao Tratamento 3 (impróprio), porém apresentando uma variância de aproximadamente 22% superior ao Tratamento 3.
Considera-se o Tratamento 3 (impróprio) como sendo o mais adequado quando analisada a homogeneidade entre o teor de umidade das sementes da amostra, porém, se considerado somente o valor médio, desprezando a variância, o tratamento 1 torna-se o maior.
Análise não possui um número referencial para resultados apurados.

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A amostra é homogênea, apresentando pouca variação entre as formas de tratamentos.
O tratamento que apresentou maior valor para o parâmetro de Matéria Seca da parte aérea foi o Tratamento 5 (folha), seguido do Tratamento 1 (fruto) e Tratamento 4 (flor). No entanto, estes tratamentos apresentaram elevada variância. A resultado do Tratamento 5 (folha) foi 14% superior ao Tratamento 1 (fruto), porém apresentando uma variância 12% superior.
O tratamento que apresentou menor variância entre as plantas foi o Tratamento 3 (impróprio), com um valor de 3%. Porém, no que diz respeito ao parâmetro avaliado, foi o que apresentou o menor valor de todos.
Considera-se o tratamento 5 como sendo o mais produtivo de MMS da parte aérea, porém, pode-se optar pelo tratamento 1 caso não seja desprezada a variância entre a amostra nos dois tratamentos. Para variância desprezada, o tratamento adequado seria o tratamento 5.
Análise não possui um número referencial para resultados apurados.

Considerações

Não há estudos referentes ao teste do calendário astronômico agrícola formulado por Maria Thum que comprovem cientificamente sua eficiência. Porém, há uma série de trabalhos a respeito do método biodinâmico que consiste também de aplicação de uma série de preparados orgânicos.
Rafael Rabbri Ramos comparou produtivamente, economicamente e energeticamente sistemas convencionais, orgânicos e biodinâmicos de cultivo de batata doce (Ipomoea batatas) em uma tese de mestrado. Verificou que o composto biodinâmico comparado ao orgânico mostrou-se mais nutritivo, mesmo elaborados com idênticas matérias-primas. Nos aspectos econômicos e energéticos, a pesquisa aponta que os sistemas orgânicos e biodinâmicos apresentaram as maiores rentabilidades, as melhores eficiências energéticas e os maiores saldos de energia por área em relação ao convencional. Sendo assim, Ramos mostrou os sistemas orgânico e biodinâmico de produção de batata-doce mostraram-se melhores e mais eficientes em relação ao convencional pelos benefícios ambientais e sociais que promovem. (RAMOS, 2004)
Tendo em vista que avaliar o efeito energético dos preparados, as mensurações tradicionais como produtividade, altura de plantas, teores de nutrientes, tornam-se insuficientes, Quijano Krüger et al. fizeram uso da Bioeletrografia como forma de se avaliar verdadeiramente a ação dos preparados, sendo os resultados vistos por imagem das fotos . (KRÜGER, 2008)
A bioeletrofotografia, ou Foto Kirlian, registra a energia vital. Diversas hipóteses têm sido propostas para explicar o Efeito Kirlian. A que apresenta consistência científica na atualidade, é aquela conhecida como O Modelo Bioeletrográfico, ou Modelo GDV (do inglês Gas Discharge Visualization), segundo o qual o efeito Kirlian resulta da ionização dos gases e/ou vapores nas Máquinas Kirlian. (MILHOMENS, 1999)
Krüger conferiu que aquelas cultivadas no sistema biodinâmico na ABD – Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica – exibiram campo bioenergético com estrutura única e grau elevado de luz. Por outro lado, plantas cultivadas no sistema convencional na Fazenda Lageado – UNESP mostraram menor luminosidade e, novamente, sinais semelhantes a “palmeiras” no limite do campo luminoso. Os sinais de “palmeiras” indicam penetração e multiplicação de microrganismos no corpo físico dos indivíduos. (KRÜGER, 2008)

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A esquerda plantio dos 50 vasos.

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Acima pesagem das plantas e vasos.

Conclusão

Para o parâmetro número de flores, o tratamento 4 (flor) foi o mais produtivo significativamente, comprovando a hipótese. O Tratamento 4 também apresentou a maior altura das plantas e o maior número de folhas.
Para os parâmetros número de vagens, número de sementes e teor de umidade, o Tratamento 3 (dia/hora imprópria para atividades agrícolas) obteve valores mais elevados.
Com relação ao número de sementes por vagem, o Tratamento 2 (raiz) teve valor mais elevado.
Quanto à produção de Matéria Seca de sementes, o Tratamento 1 (fruto ou semente) foi o mais produtivo, comprovando a hipótese.
Outro dado que obteve-se o esperado, foi o de MMS de parte aérea o qual o tratamento de hora de influência sobre folhas e caules foi o mais produtivo.
De uma forma geral, pode-se afirmar que houve um efeito benéfico do Tratamento 1 (fruto) no parâmetro Massa Seca de sementes, que é o mais importante de todos os parâmetros avaliados e que dizem respeito à produtividade da cultura, que terá reflexo na rentabilidade econômica da atividade para os agricultores.
Assim sendo, pode-se concluir que a sugestão dada pelo Calendário Biodinâmico de se fazer a semeadura em dia/hora de influência sobre os frutos e sementes (Tratamento 1), apresentou o melhor resultado sobre a produção de feijão (Phaseolus vulgaris).
Apesar de ter sido constatado que houve influência diferenciada da lua sobre os diferentes órgãos vegetais, mais estudos são necessários a fim de melhorar as observações práticas e aprofundar os conhecimentos científicos a respeito.

Referências Bibliográficas

AMBROSANO, E. Agricultura Ecológica. Editora Agropecuária. 25-26. Brasil, 1999.
AGOV. Catálogo Rural. Agrov 2005. <http://www.agrov.com/vegetais/graos/feijao.htm> Acessado em 22 de setembro de 2012.
JOVCHELEVICH, P. Calendário astronômico agrícola: Rítmos astronômicos na Agricultura Biodinâmica. Ano 8, Volume 8. Botucatu/SP – Brasil: 2010.
KRÜGER, Q et al. Avaliação da agricultura biodinâmica por meio da bioeletrografia: estudo de caso . Revista Brasileira de Agroecologia. 3(1): 42-48 (2008)
MILHOMENS, N. Fotos Kirlian. A comprovação científica. Curitiba: Desenvolvido por EEG Tecnologia, 1999, 148p. CD_ROOM.
MOLLISON, B. Introdução à Permacultura. 2ª edição. Austrália , 1991. Pg85 a 90.
RAMOS, R. F. Comparações produtiva, econômica e energética de sistemas convencional, orgânico e convencional de cultivo de batata-doce (Ipomoea batatas) . UNESP. 2004 pg. 82 a 84.
TOMÉ Jr., J. B. Manual para interpretação de análise de solo. Guaíba: Agropecuária, 1997. pg 89 a 158.

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