#esclarecendoluteria 08
Escala e Cavalete
Dando continuidade ao papo sobre as partes do violão, hoje falaremos um pouco sobre a escala (também chamada de espelho é onde estão os trastes e se faz a digitação das notas) e cavalete ( também chamado de ponte, é onde prendem as cordas na extremidade sobre o tampo.
Características das Madeiras
Tanto um como o outro precisam ser madeiras extremamente duras, geralmente as mais duras de todo o violão, para não se degastar ou amaçar muito rápido. As mais comuns são Ébano e Jacarandá. Pode-se utilizar a mesma nas duas partes ou não, havendo preferencia pelos músicos e lutiers normalmente por madeiras iguais.
A escala é extremamente importante ser um corte radial, pois auxiliara a manter o braço estável (vide madeiras para braço e anatomia da madeira). Já o cavalete o melhor corte é justamente o tangencial, pois os canais do rastilho e onde prende o encordoamento facilitam o rachamento da madeira quando são cortes radiais. Nada impede utilizar madeiras radiais para confecção do cavalete, o tangencial seria o ideal.
Exceto o cavalete e alguns casos a escala, quando madeiras claras geralmente, são duas partes do violão onde não recebem verniz, pois com o tempo o uso acaba gerando orifícios ao longo da escala, e o lutier deve limpar deixando-a reta novamente. Assim facilita esta manutenção se não houver verniz. É importante então sempre mantes a madeira hidratada com óleo mineral de qualidade, para evitar ressecamento, sujar com o toque da mão e deixá-la mais bonita.
O jacarandá e o ébano são madeiras muito bonitas e extremamente duráveis, porém temos todos os problemas quanto a ilegalidade da madeira que já discuti no texto sobre fundos e laterais de violão. Aqui também vale o incentivo e estudo de madeiras tão boas quanto, ou que se aproximem ao máximo principalmente em termos de sonoridade. Madeiras alternativas que podem ser usadas são o ipê, louro, pau ferro, pau marfim, plátano, angelim, roxinho, e qualquer outra q tenham características similares.
Função Acústica do Cavalete
O cavalete, por estar colado no tampo, ele funciona como uma continuação do leque harmônico, e deve estar condizente com o trabalho. Vale a destreza de combinar um com o outro para que não se anulem sonoramente.